Everyday, everytime...

8:20 PM

Acordou cansado, demorou-se uns minutos no colchão, os olhos perdidos queriam dormir, o corpo encolhido pedia aconchego nos lençóis. Fechou os olhos. Naquele momento sua mente começou a esvaziar-se. Acordou de súbito, levantou-se abruptamente, e começou, ainda cambaleante, a arrumar-se para o trabalho.
No café, não comeu muito – havia pouco tempo -, no caminho um sol castigava-lhe o semblante, “queria tanto dormir” pensava.
O ônibus não demorou. Entrou ali e viu outros passageiros tão iguais a tantos outros. O dia era assim: normal. No trabalho, a rotina: apenas trabalho.
Mas, o ofício divertia-lhe. Sentia-se útil, ocupado.
No final do expediente estava cansado. “Já não sou tão jovem" pensava. E ia para a próxima etapa: a universidade. Folheava textos, lia, relia, escrevia, ia para a aula. “Será que continuará dando certo?” pensava. O Futuro era incerto.
Agora voltava para casa, de carona, com a amiga do colegial, conversando amenidades. Ao entrar em casa, encontrava o mesmo cenário de todas as noites.

Suspirava resignado.
Comeria, estudaria, leria, ouviria música – preencheria com qualquer atividade o buraco de tempo, para o sono vir.
O sono vinha.
Ele acordava de novo.