Tuesday, December 23, 2008

MUDANÇA - PROCESSO SUBJETIVO

Mudança oficial de Blog, estarei postando agora no PROCESSO SUBJETIVO , meu novo Blog.

Lá pretendo realizar um trabalho mais compromissado, iniciando com a mudança de endereço para um blog com um título que corresponda mais com minha nova proposta de escrita.



Obrigado!

Sunday, November 30, 2008

Einsenstein

Queria saber por que bulhufas não consigo deixar de ser tão agressivo quando falo ou escrevo! Man, it really makes me lot of problems... =(

Anyway, por falar em agressividade, acho que posso atribuir a mesma qualidade ao cinema soviético de Einsenstein.
Andei assistindo diversos filmes desse grande diretor, um exercício que muito complicou minha cabeça; achei-o um cinema por demais difuso, complicado, estranho. (embora eu não seja nenhum especialista no assunto)

Mas, continuando a assistir e chegando nos seus últimos filmes Aleksandr Nevski e Ivan, o Terrível, achei-os mais fáceis, e de fato o primeiro foi feito sobre uma série de limitações que impediram a série de experimentações que Einsenstein fazia e que tanto caracterizava seu cinema - embora o filme possua muitas de suas características e mesmo experimentações.

Em Ivan o Terrível houve um choque: aquelas atuações de expressões exageradas, chamativas, com olhos arregalados, movimentos bruscos, e personagens que se arrastam, surgem das sombras, de olhares sanguinários, foi um choque e ao mesmo tempo um grande estímulo ao desvendar de suas técnicas.

Bem, foi lendo sobre Einsenstein e assistindo a seus filmes que me dei conta de algo que já deveria ter percebido antes sobre a arte: seu caráter enigmático. A arte nem sempre busca ser clara, ela é um quebra-cabeças, nós devemos buscar desvendá-la, descobrir o que há além das entrelinhas.
Sei que para muitos isso pode parecer deveras óbvio e até tolo escrever algo assim, mas confesso que minha real compreensão interna disso, nos últimos dias, consistiu em uma espécie de revelação, na qual cada passo que dou em direção aos filmes que vejo, fazem me entrar em algo desconhecido, como um desbravador que deseja descobrir os segredos de uma mata virgem.

Para mim, Einsenstein era um grande revolucionário da arte, da técnica - indiscutível para qualquer um -, mas sua arte se torna ainda mais valiosa quando nota-se que ele o fez sob os narizes presunçosos do Estado Stalinista que, se tivesse real consiciência de muitas de seus significados e críticas, tivesse combatido de forma ainda mais feroz seus filmes.
Einsenstein é revolucionário ainda hoje. Seus filmes possuem inovações que contradizem, ainda, nosso cinema tradicional.

Que sejamos como Einsenstein, revolucionários, busquemos novas maneiras de ler o mundo. Às vezes temo a humanidade, tão robotizada, com seus inúmeros reprodutores de discursos, que não buscam em nada, inovar..

Saturday, November 08, 2008

Oréstia

Terminei hoje minha leitura da maior obra conhecida de Ésquilo. Composta por três tragédias – Agamêmnon, Coéforas e Eumênides -, narrando a trágica trajetória do palácio dos Atridas.

Clitemnestra, primeira dama do palácio, aguarda ansiosamente o retorno de seu esposo, Agamêmnon, que fora combater Tróia. Todavia, seu aflito esperar não é um anseio matrimonial comum: Clitemnestra planeja assassiná-lo. Unida a seu amante, Egisto – que já possuía um ódio anterior à Agamêmnon -, Clitemnestra arquiteta e realiza seu homicídio, vingando a morte de sua filha querida, Efigênia, que fora sacrificada pelo pai, para apaziguar as águas do Mar Egeu e permitir que a frota aquéia seguisse belicoso destino contra Tróia.

Este é, basicamente, o enredo da primeira tragédia da trilogia, na verdade, este horrendo conflito não começa ou termina aí. Egisto, odeia Agamêmnon por um outro assassínio familiar: Atreu, pai de Agamêmnon, tio de Egisto, descobriu que seu irmão, Tiestes, pai de Egisto, era o amante de sua esposa, Aerópe. Então, para se vingar, convida Tiestes para um banquete e serve-lhe de seus próprios filhos, fazendo-o cometer um ato antropofágico, “filifágico”. Tiestes, horrorizado, amaldiçoa Atreu e sua prole. Tal horror não passa impune aos olhos dos deuses que punirão os Átridas como se mostra por toda a trilogia.

Na segunda peça, Coéforas, narra-se a vingança de Orestes, filho de Clitemnestra e Agamêmnon, que volta para vingar seu pai, assassinando, assim, Clitemnestra e Egisto, com a ajuda de Electra, sua irmã. Mas, Orestes não comete o homicídio sem alguma hesitação, porém, Apolo, incumbira-lhe de acertas as contas com sua mãe, ameaçando-o de terríveis agonias e morte.

Na terceira parte da tragédia, Eumênides, Orestes, perseguido pelas Erínias – antigas deusas nascidas da noite e do sangue de Uranus – o Céu –, perseguem Orestes que encontra acolhimento em um templo de Apolo. Loxias – outro nome para Apolo – promete ajudar Orestes e envia-lhe para Atenas, a fim de alcançar julgamento no Areópago – principal tribunal de Atenas. Então, chegamos ao final da trilogia quando Atenas, Apolo, as Erínias, Orestes e os juízes se reúnem, a fim de decidir o futuro do matricida Orestes. Após a acusação das Erínias, testemunho de Apolo e votação dos juízes – mais o voto de Minerva de Atena -, Orestes é inocentado, e as Erínias passam a residir Atenas, sendo cultuadas pelos Atenienses que agora detém espécie de direito sobre a justiça – antes de poder das Erínias.

Considerações

Foi a primeira Tragédia que li cujo desfecho é feliz, ou melhor, não trágico. O que me atentou para algo que li em um livro sobre tragédia recentemente onde a autora defende que a tragédia grega não precisa ter necessariamente um desfecho trágico, mas um enredo trágico.

Há diversos elementos que podem ser percebidos de imediato:
uma exaltação à Atenas e uma metáfora do seu domínio à Argos. Orestes, quando recorre à ajuda de Atena, dirige-se à cidade de Atenas, agarra-se à estátua da deusa, oferece-se em devoção e ao ser salvo, coloca-se à disposição da nação, da deusa, agradecendo e se pondo a disposição de companheiro daquela nação, pela ajuda prestada, uma alegoria ao poderio de Atenas sob àquela nação;
o posicionamento de Atenas como centro de Justiça autorizada pelas deuses e o conflito entre mitos e logos, representado no conflito Erínias x Justiça ateniense, havendo no final um apaziguamento, um acordo entre as duas. As Erínias reivindicam o seu direito milenar de perseguir aqueles que cometem um crime a um consangüíneo, Orestes argumenta que apenas vingou seu pai, obedecendo aos desígnios de Apolo, à lei dos deuses. Embora as Erínias sintam-se lesadas ao terem um direito seu negado por deuses mais jovens, Atena e Apolo, elas aceitam a oferta de Palas Atena – que as reverencia e respeita todo momento -, oferecendo a elas lugar privilegiado na sua cidade e culto daqueles que residem ali. Ficando Atenas como uma referência de Justiça, um claro sistema de justificar a lei humana que agora se impunha às leis divinas. Agora o homem tem direito a julgar e ser julgado.

Conclusão

Bom, fez-se extremamente prazeroso e satisfatório ler a Oréstia. Sinto que a cada tragédia lida se ilumina mais e mais o imaginário grego antigo, bem como seus costumes e mitologias.
Pretendo agora me debruçar sobre a teoria – ainda introdutória – sobre o assunto e desenvolver um maior conhecimento na área.
No mais, recomendo extremamente a leitura de tais textos, considero-os essenciais à compreensão da formação de nossa civilização ocidental, além de ser uma viagem intrigante.

=)

Saturday, November 01, 2008

Foucault e sua analítica do poder

Não foi sem desconfiança que comecei a estudar Foucault.
Após inúmeras recomendações de leituras pelas figuras mais diversas e inusitadas, inicei os estudos enquanto sua influência me cercava por todos os lados, voltando minha atenção especialmente para três aspectos de sua obra: poder, estado e pontes possíveis com a educação.
Por enxergar nas teorias de Foucault as "sementes malvadas do desconstrutivismo pós-modernista", tinha certa resistência às suas teorias. Assim, surpreendi-me com reflexões acerca de temas que já me inquietavam e com minha identificação com sua obra.
Confesso que passei a ter um preconceito enorme contra autores sem ao menos conhecê-los, apenas por representarem algum tipo de oposição - às vezes improcedente - às minhas idéias, geralmente de algum cunho marxista.
Mas, envergonhei-me com essa postura ao iniciar esses estudos, pois conhecimento não se faz buscando defender um campo do conhecimento - a História no meu caso - ou visando um objetivo - enquanto se procura meios de justificá-los, comumente sem se questionar sobre outros aspectos da pesquisa que não confirmem nossa ideologia, ou melhor, política de verdade.

Assim, foi com grande prazer que encontrei em Foucault questões pertinentes sobre a relação de poder, não mais em um prisma apenas jurídico ou estatal, mas de relações de poder que permeiam toda a sociedade em quaisquer instuição ou entre quaisquer indivíduos.
Indo de encontro a idéia de um poder que segue de cima para baixo, Foucault aponta os aspectos produtivos das relações de poder - não mais um poder repressivo, que nega, pune, oprime -, mas um poder produtivo, que gera algo, especialmente prazer, e que por isso se mantém. Esse poder, também, não se dá em uma relação de completa asujeição, mas se perpetua no eterno conflito, pois sem ele não há relações de poder. Isso tudo em uma perspectiva não apenas do Estado ou Instituições, mas nas relações entre indivíduos.
A minha maior satisfação foi estudar a relação Verdade X Poder, onde verdade é poder. Para Foucault, não existe uma verdade universal, mas políticas de verdade, discursos que aceitos por comunidades ou grupos ganham valor, eficácia, e que são reproduzidos. Assim, estabelecem-se os Regimes da verdade segundo o contexto social daquela civilização, verdade essa que é aceita, antes de mais nada, por produzir efeitos de poder, algo que a sociedade sente necessidade.

É complicado, ainda, para mim, expor tais questões - afinal de contas, não é à toa que ainda hoje se escreve tanto sobre essas questões que comentei breve e confusamente em um pequeno texto de blog. No entanto gostaria de mostrar minha enorme satisfação em encontrar um conhecimento que proporciona uma visão alternativa e interessante e que, noto, é muitas vezes mal interpretado.

Assim, continuarei com minhas leituras e espero em breve, apesar da minha freqüente ausência, contribuir em algo consistente aqui no blog - seja em Foucault ou nas outras leituras que tenho realizado.

Abraços!

Tuesday, August 26, 2008

Cinema ! ! !

Final de período, estresse, irritações, barras caem na minha cabeça durante malhação, espinhas estourando no meu rosto, pagando caro para ir pra universidade e mil outras coisas enervisantes acontecendo.
HOWEVER, sempre há o cinema para fazer as criaturas felizes !
(e os amigos que emprestam algum título bacana!)
Então, os filmes dessa semana, que apenas começou, foram os seguintes:

Tomates Verdes Fritos
Um filme doce.
No início, fiquei com medo de que fosse uma espécie de melodrama hollywoodiano, cheio de clichês de amor e de fraternidade. A música de início, típica de filmes infantis, reforçava esse sentimento, mas o que aconteceu foi completamente diverso.
Fred Green Tomatoes conta a estória de quatro mulheres. Evelyn é uma típica dona de casa com problemas matrimoniais, fazendo cursos para tentar salvar seu casamento. Semanalmente ela visita, com seu marido, uma tia em um hospital, acabando por conhecer, ali, Ninny Threadgoode, uma senhora muito gentil e animada de 82 anos. Ninny começa a contar a estória de Idgie e Ruth Jamison, envolvidas em um misterioso assassinato. Cativada pela estória de Ninny, Evelyn passa a visitá-la freqüentemente, e, passo a passo, vamos conhecendo a estória não apenas de Idgie e Ruth, mas também de Ninny e Evelyn, em um desenrolar cativante.
Um filme belo, que trata de diversas problemáticas, como a intolerância racial, violência matrimonial, problemas familiares, preconceito, etc. Mas, sem perder o humor e, principalmente, a doçura. Um filme emocionante, que quem ainda não viu, irá se apaixonar.


A Outra


Obra do Woody Allen, com teor psicológico.
Conta a estória de uma mulher que, enquanto trabalhava em seu escritório, começa a ouvir as sessões terapêuticas de uma mulher desconhecida, o que a faz refletir sobre seu passado. E, ao se deparar com diversas situações que a fazem encarar eventos do passado, angustiada, toma consciência de que toda sua vida fria e racional foi um grande vazio.
Filme notável, narrado pela protagonista, é uma grande viagem pelos medos e receios humanos, pela capacidade de sentir e pelas sutilezas, às vezes cruéis, da nossa personalidade.
Frase memóravel do final: "Questiono-me se a memória é algo que se tem ou algo que se perde" , ilustrando a ambígüidade da nossa relação com as recordações que, apesar de ser uma forma de retê-las, guardá-las, preservá-las, fazem-nos sentir, muitas vezes, remorso, saudades, ou algum outro sentimento de perda.
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Li uma crítica em outro blog, de onde tirei a imagem acima, que falava que dizia praticamente que A Outra filme foi uma imitação barata das obras de Bergman. Influenciado ou não - é impossível negar semelhanças, lembro que durante o filme achei que ia assistir a uma segunda versão de Persona -, gosto de como Woody Allen aborda questões existenciais - a morte, a velhice, o amor, etc - e atento para o fato de que ele é um diretor de muitas facetas, conseguindo fazer boas obras de suspense, drama e comédia. Bom como Bergman ou não, em tal temática, ele possui muito valor em sua competente pluralidade de temas.

Enfim, estes foram os filmes especiais da semana, também assisti a Zuzu Angel e A Árvore dos Sonhos - de mesmo diretor que Tomates Verdes Fritos -, são bons, mas não chamaram tanto a atenção quanto os citados.

Até a próxima!

Tuesday, August 12, 2008

C.R.A.Z.Y / Decepção

É peculiar o jeito que a vida caminha, essa semana tive uma BAITA decepção com alguém que queria muito bem - e quem quiser saber algo a respeito leia com atenção, porque não tratarei desse assunto que acho deveras desagradável -, e, em contraponto, assisti a um dos 10 melhores filmes da minha vida: C.R.A.Z.Y.
Eu já tinha lido e ouvido falar a respeito do filme, mas não imaginava que fosse tão bom, uma direção primorosa, mudanças de cenas fantásticas e criativas, fotografia excelente, trilha sonora muito boa - e olha que geralmente não reparo nisso -, personagens cativantes e muito bem construídas, enfim, um filme para ver e rever - desde que você tenha a mente bem aberta, pois trata do ainda grande tabu da homossexualidade.
Mas, já que falamos no tema, trata de forma muito temperada, sem idealizações, de uma forma realístia e sem dramas. Ao contrário do Brokeback Mountain, que apesar de bom filme (assistível diga-se de passagem), não acho que seja nem de longe bom como C.r.a.z.y. Meus personagens preferidos são o pai do protagonista, seu irmão mais velho e a mãe. Mas, tratarei dele uma hora, especialmente, descrevendo as personagens. Filme recomendadíssimo.

Quanto a decepção, ainda está em fase de andamento, novas notícias e agravantes aparecem tornando minha vida coisa de cinema, drama do Bergman que encaro como uma comédia bem humorada do Woody Allen.
Se tem algo que eu detesto é mentira, ainda mais se vem de alguém que eu tinha tanta boa vontade, então, se você é amigo, amiga, namorada, cachorro, papagaio, enfim, algo que eu gosto e valorizo, NÃO MINTA PARA MIM, diga sempre a verdade, até porque sou compreensivo DEMAIS. Então, não vejo razão NENHUMA para mentirem para mim. A não ser transtornos mentais, falta de caráter ou possessão do encardido.

Apesar disso, fico feliz de saber, cada dia que passa, que tenho bons amigos, seja os frescos natalenses que ficaram zoando de meus cornos recém-chegados, de Wagner - amigo mais que querido- e minha titia, Jacinta, que amo demais, e está sempre por perto, a atenção dela me faz me sentir muito bem colocado no mundo, queria que outras pessoas entendessem que ATENÇÃO faz a diferença.

No mais, voltei a estudar de verdade, me dedicando ao francês, muito em breve citações aqui, com toda a eloqüencia francófona que nunca terei. heheheh

Ah, talvez comece um projeto aqui na net, algo de entretimento... Um quadrinho on-line, mas não é certeza, se sobrar tempo e eu conseguir entrar no ritmo avisarei no blog, mas já fica o suspense.

Abraços!!!

Monday, August 04, 2008

Estou vivo!

Posts inúteis no Molho Shoyu pra manter os leitores sabendo que estou vivo - mesmo que sem produzir nada que preste.

Aconteceu três vezes, só essa semana, de alguém vir me dizer que estou mal e o que devo fazer para mudar isso. Mas... Eu não estou mal. ¬¬

Deve ter sido a imagem do fotolog e a mensagem do orkut..

Eu estou bem galera, juro!
Muito obrigado pela atenção e preocupação!

=]