Friday, March 28, 2008

Cinema Nacional sem tiros



Lendo um artigo na IstoÉ de março, descobri que não sou o único a criticar a apelativa e exaustiva temática da marginalidade no cinema brasileiro. Essa produção violenta tem obtido notório sucesso e se tornou a fórmula mágica de diretores brasileiros que querem alcançar o tão sonhado reconhecimento.
Alguns dados expostos no texto citado de Ivan Cláudio ilustram bem essa conjectura: "...cerca de 40% dos brasileiros não condenam a tortura como método de "arrancar informação de bandido"...", mostrando como essas cenas de violência são recebidas pelo público, "...Marisa Leão, produtora de Meu Nome não é Jhonny (...) negocia a compra dos direitos autorais do livro Abusado de Caco Barcellos (sobre o traficante Marcinho VP)", o que nos remete à persistência na temática. Não nego, tampouco Ivan Cláudio, a importância desses filmes de caráter "urgente" acerca de problemáticas sociais, todavia o nosso cinema deve buscar algo além. Invevestir em tornar programas de TV em filmes - Grande Família, Os Normais - e em violência é fácil, há que se ousar e criar algo genuíno, que nos caracterize como produtores de cinema, sem apelação para a violência que há muito tornou-se meio de altos lucros nada louváveis artisticamente.
Porém, parece estar próxima uma centelha de esperança, mais precisamente em cartaz nos cinemas dia 21 de abril. Ivan Claudio aposta suas fichas nesses 3 filmes de temas diversos: Os desafinados, falando de um grupo de amigos músicos na época do surgimento da Bossa Nova, Falsa Loura, tratando das experiências amorosas de uma operária, e Chega de saudade, abordando o universo dos clubes de dança.
Agora, é aguardar as novas produções, assistir, criticar e torcer pelo cinema nacional que tem ganhado mais e mais espaço internacional.

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