Wednesday, April 23, 2008

Walter Benjamin e a atualidade

Neste último semestre estudei mais sobre marxismo, pós-modernidade e política, assuntos que me interessam bastante, mas que nos quais sou principiante.
Ao estudar Walter Benjamin e sua Tese sobre a História e conhecer alguns aspectos de seu pensamento acerca da modernidade, deparei-me com conflitos e incongruências hodiernas que, sob o prisma marxista se tornariam mais claras, preocupantes e, principalmente, urgentes.
Segundo os textos benjaminianos que li, a História proporcionaria oportunidade de resgatar no conhecimento histórico os recalques da humanidade, aquilo que foi oprimido, mas que continua a esperar sua justiça devida, vozes silenciosas que querem ecoar.
Pois bem, se adotarmos esse pensamento - e eu o adoto -, deparamo-nos com a informação de que existe na nossa sociedade, hoje, agora, problemas, recalques a serem resolvidos, elemtnos que nos proporcionariam entender melhor o que somos, o que devemos mudar e até contribuições de como fazê-lo (não estou dizendo que existe lá qualquer solução mágica). E, ao jogar essa análise no mosaico da contemporaneidade, identificando o mal-estar que percebo e que outros sentem, às vezes sem consciência disso, relaciono essas vozes oprimidas a esse sentimento de insatisfação atual, atentando ao fato que tal escuta e mudanças são urgentes.
Nesse caminho chego a vários lugares: pertinência do marxismo na atualidade, importância do historiador para a sociedade, malefícios e falácia da pós-modernidade, dentre outros, mas não vou tratar deles agora - o último será objeto do próximo texto que pretendo publicar-, agora, quero apenasr validar como os textos de Walter Benjamin possuem um caráter atual.
Walter Benjamin, viveu no contexto da Segunda Guerra Mundial, era judeu e socialista, mas ficou completamente desacreditado quando, em 1939, Stálin faz um pacto com Hitler, o que caracterizaria o pessimismo de sua obra. Por conseqüencia, é inquietante lê-lo e perceber que esse mesmo caráter pessimista dos textos benjaminianos, essa carência de solução à problemáticas urgentes, fazem-se tão presentes, tão atuais.
Há mais: pergunto-me que se, desde aquele tempo, ainda há tanto a resgatar, em que mudamos realmente de lá para cá? Tecnologicamente é inegável o colossal avanço - e aí cabe questionarmos para quem esse avanço se direciona e quais suas finalidades -, mas, e politicamente, humanamente? Ainda existem milhões de pessoas passando fome, ainda existe uma grande exploração humana da força de trabalho, enfim, desigualdades. Por que esses textos são tão pertinentes? Há algo muito errado nisso.
Concluo escrevendo algo que muito me entristece: tais questões nunca foram novidade, tampouco a negligência que lhes é dada, em contraste com o caráter urgente delas. Isto é algo evidente, mas que muitos permanecem preferindo ignorar.

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No próximo texto pretendo falar do que chamo de "Ideologia da pós-modernidade", em continuação ao raciocínio iniciado aqui.
See yaa!

2 comments:

Helder Siqueira said...

Gostei muito da postagem e do conteúdo informativo ! xD
Concordo com alguns pontos de suas críticas, principalmente quando coloca aquilo que já sabemos : a fome e os problemas de cunho social nunca foram novidade em nenhuma época, mas o quanto fazemos, nós mesmos, para mudar isso ? Sou do tipo que acha que falar apenas não resolve, mas atos concretos, por menores que sejam, podem mudar o mundo.

Abração, rapaz !

Felipe said...

Eu acho que os atos definem muito bem como é o ser humano. A necessidade de buscar sempre mais do que se tem, o instinto dominador, não importando quem esteja do lado e visando lucro próprio...
Acho que não importa quanto tempo se passe, os problemas da humandade que não aprende com os erros sempre vão persistir.
Hey, pode ser que eu pareça um tanto desacreditado, mas não nego que o ser humano tenha suas virtudes também ^^ e acho que elas são maiores que qualquer instinto egocêntrico!

Enfim, ótimo texto, dude! =D