Sunday, June 05, 2005

Educação Pública Brasileira


Um dos assuntos que atualmente me traz mais reflexões é a situação da educação brasileira. Estudo em colégio público, e não entendo não me acostumo com certas coisas que vejo diariamente.

Como tenho muita dificuldade para escrever sobre determinados assuntos, fiz uma pesquisa e achei uma matéria legal sobre o assunto, ela segue abaixo e logo em seguida faço alguns comentários.





"Um terço dos analfabetos foram à escola e saíram de lá sem saber ler e escrever"


Para o pesquisador Gustavo Ioschpe, o modelo de ensino brasileiro é completamente arcaico e descolado da realidade. Foi pensado pelas classes ricas para as classes ricas, mas é um ensino de um século atrás, que não gera interesse no aluno.

(...)

O problema é político. Não há uma rede de incentivos que faça com que o Estado brasileiro se obrigue e consiga educar as crianças. Para entender a dinâmica inercial deste problema é preciso mapear quem são os atores deste processo que deveriam pressionar para que a educação brasileira fosse de melhor qualidade e entender porque eles não o fazem. Em primeiro lugar você tem os alunos, as crianças. Elas não têm condições de julgar se a educação que estão recebendo é boa ou não. Ou seja, não podem exigir qualidade. Depois você tem os diretores das escolas. A maioria é nomeada por indicação política, são pessoas freqüentemente despreparadas. Além disto, para gerar uma educação de qualidade teriam de brigar e criar muito atrito com sua equipe de professores. Não é do interesse do diretor se desgastar porque o ganho vai ser difuso e as perdas muito concentradas, ele corre até o risco de perder o emprego. Se ele não tem apoio político não vai conseguir brigar por melhorais de qualidade de ensino. Ou seja, os diretores também são carta fora do baralho na luta pela qualidade.
Outro agente deste processo é o professor. A grande maioria dos professores brasileiros tem muito boa vontade, mas não são adequadamente treinados. Os professores “alfabetizadores” falham em testes básicos de competência pedagógica. Quando você pergunta como aprenderam a alfabetizar, qual foi o treinamento, mais 80% respondem que aprenderam na prática. Alfabetização não é algo que se aprende na prática. Para alfabetizar é preciso ter conhecimentos básicos de neurologia, de psicologia infantil. Saber ler e escrever não qualifica ninguém a alfabetizar uma criança ou um adulto. Não é culpa do professor brasileiro que ele não tenha este treinamento. Mas ele se recusa a admitir essa ignorância e culpa o aluno, acusando-o de falta de interesse. Portanto, o professor também não vai exigir essa melhora. Temos ainda os pais, que são o principal componente de transformação. Mas eles não têm condições de impulsionar a mudança. A escolaridade média dos brasileiros hoje é de seis anos. São esses os pais das crianças que estão na escola pública, que não têm ferramentas para saber se o ensino oferecido a seu filho está dando certo ou errado. Eles não sabem o que é uma educação de qualidade. É verdade que os pais se preocupam muito com a educação. Entendem que a escola é a grande alavanca de ascensão social e fazem questão que os filhos estejam na escola. Mas por falta de conhecimentos da realidade escolar eles não têm como avaliar a qualidade do ensino que está sendo ministrado. Os pais acabam também culpando o filho, dizendo que ele é preguiçoso ou que não tem interesse. A vítima vira o culpado.
O único ator que poderia e deveria agir para melhorar o sistema é o governo. Mas como os pais têm esta visão de que o importante é o filho estar na escola, o que rende votos é isso. O governante se preocupa em colocar a criança na escola e só. Aí termina a relação do Estado com a educação. Isso é um desastre. É preciso colocar na escola e oferecer uma educação de qualidade para que a criança efetivamente ganhe com ela. Se você larga a criança numa escola e não transmite conteúdo, a escola é um hotel, um abrigo. Não é uma escola, escola é transmissão de conhecimento e de competências.

Fonte: ://noticias.aol.com.br/revista/materias/2004/0026.adp




Acho que o texto já diz tudo não é? No colégio eu vejo muito descaso da organização e dos professores. Todos se mostram interessados em dar o seu melhor, mas falta uma direção rígida que realmente trabalhe para que isso acontece. Aos professores a algum interesse, a outros competência em alguns aspectos. Não estou querendo detonar o local onde estudo, sei que essa situação se repete em milhares de escolas públicas este Brasil afora, porém, como resolver isso? É muito triste ver isso tudo ocorrer debaixo do nariz e não poder fazer nada.

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