Saturday, May 12, 2007

Psicologia para quê?

Dos tempos de Freud para cá, muito mudou nossa concepção do homem como indivíduo, sua interação com o meio e suas doenças psíquicas. Hoje, podemos falar, abertamente, em consultas ao psiquiatra ou psicólogo, como banalidades, quase sem embaraços.

Mas, será que apenas começamos a enxergar as quimeras psíquicas que sempre existiram ou que, com a sociedade capitalista, elas agravaram-se, significativamente, exigindo que as estudássemos?
Vivemos em um mundo onde há explicações diversas para toda sorte de fatos, enquanto problemas surgem diariamente. Nessa democracia, onde, teoricamente, possuímos direitos e possibilidades igualitárias para nos desenvolver, buscamos a satisfação pessoal e estabilidade.
Surge, então, a psicologia que parece, ingenuamente, para muitos, uma solução para seus descontentamentos. Atualmente, é comum nos questionarmos e procurarmos mudanças, a fim de uma maior adequação social.
Há uma ligação evidente entre o desequilíbrio de uns e uma desestruturação social global. E, se os profissionais dessa área, supostamente, pois me questiono muito a respeito do compromisso deles com seu trabalho, estudam para tratarem dessas mazelas psíquicas, não seria interessante tratar não os sintomas, mas sim, a doença universal que passa a humanidade? Não é claro que, se há tanta insatisfação e infelicidade, temos problemas a resolver? Não seria melhor, caminharmos para um trabalho geral, um trabalho nas origens dos problemas psico-socias?
Não questiono aqui a importância da felicidade individual e do trabalho dos profissionais dessa área para tanto, mas o ignorar de uma luta maior, coletiva. Não podemos, egoístas, fechar os olhos ao sofrimento do outro, pois nossa felicidade também depende do bem estar comunitário.

1 comment:

RLCA said...

Assino embaixo.