Tuesday, July 08, 2008

Maria Antonieta

Kirton Dunst está em atuação deslumbrante - isso, caro leitor, certamento você já ouviu ou leu antes. Mas, mesmo não sendo original começar assim, é algo que ao assistir Maria Antonieta não há como deixar de falar.

Não é à toa que este filme ganhou o oscar de melhor figurino, dado o delírio que são suas imagens do início ao fim. É como passar por lindas vitrines da história francesa, Versailles, as roupas, as comidas, o luxo.

No entanto, senti falta de diálogos, de uma trama envolvente, e o filme terminou causando-me uma estranha afeição: uma magia reluzente que me envolveu além de meus costumeiros critérios pelo inebriante sonho de Maria Antonieta. Sou um apreciador de diálogos e roteiros bem estruturados - o que explica, por exemplo, minha estima pela produção do Woody Allen.

Todavia, esta obra não deixou a desejar, apenas fugiu aos meus padrões.

Apesar de tratar dos altos padrões que vivia a corte francesa, o filme não foca em questões sociais, não mostra o povo francês, ou elabora alguma critica social. Há, sim, momentos de constrate entre tais gastos e conflitos políticos, porém não são o eixo central do enredo.
O roteiro é basicamente seu percurso de ida e abandono do palácio real: Antonieta casou com o apático futuro rei da França, Louis XVI, representando a aliança franco-austríaca Porém, coberta por cuidados e mimos - para não dizer sufocada -, a princesa leva uma infeliz vida político-matrimonial - muito embora loucamente luxuosa.
Vale a pena conferir a obra e embriagar-se nos encantos fúteis dos quais desfrutava aquela corte, um devaneio que quicá tenhamos sempre a consciência, não fora algo humano, dada a miséria na qual tal vislumbre alicerçava-se.

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