Sunday, November 30, 2008

Einsenstein

Queria saber por que bulhufas não consigo deixar de ser tão agressivo quando falo ou escrevo! Man, it really makes me lot of problems... =(

Anyway, por falar em agressividade, acho que posso atribuir a mesma qualidade ao cinema soviético de Einsenstein.
Andei assistindo diversos filmes desse grande diretor, um exercício que muito complicou minha cabeça; achei-o um cinema por demais difuso, complicado, estranho. (embora eu não seja nenhum especialista no assunto)

Mas, continuando a assistir e chegando nos seus últimos filmes Aleksandr Nevski e Ivan, o Terrível, achei-os mais fáceis, e de fato o primeiro foi feito sobre uma série de limitações que impediram a série de experimentações que Einsenstein fazia e que tanto caracterizava seu cinema - embora o filme possua muitas de suas características e mesmo experimentações.

Em Ivan o Terrível houve um choque: aquelas atuações de expressões exageradas, chamativas, com olhos arregalados, movimentos bruscos, e personagens que se arrastam, surgem das sombras, de olhares sanguinários, foi um choque e ao mesmo tempo um grande estímulo ao desvendar de suas técnicas.

Bem, foi lendo sobre Einsenstein e assistindo a seus filmes que me dei conta de algo que já deveria ter percebido antes sobre a arte: seu caráter enigmático. A arte nem sempre busca ser clara, ela é um quebra-cabeças, nós devemos buscar desvendá-la, descobrir o que há além das entrelinhas.
Sei que para muitos isso pode parecer deveras óbvio e até tolo escrever algo assim, mas confesso que minha real compreensão interna disso, nos últimos dias, consistiu em uma espécie de revelação, na qual cada passo que dou em direção aos filmes que vejo, fazem me entrar em algo desconhecido, como um desbravador que deseja descobrir os segredos de uma mata virgem.

Para mim, Einsenstein era um grande revolucionário da arte, da técnica - indiscutível para qualquer um -, mas sua arte se torna ainda mais valiosa quando nota-se que ele o fez sob os narizes presunçosos do Estado Stalinista que, se tivesse real consiciência de muitas de seus significados e críticas, tivesse combatido de forma ainda mais feroz seus filmes.
Einsenstein é revolucionário ainda hoje. Seus filmes possuem inovações que contradizem, ainda, nosso cinema tradicional.

Que sejamos como Einsenstein, revolucionários, busquemos novas maneiras de ler o mundo. Às vezes temo a humanidade, tão robotizada, com seus inúmeros reprodutores de discursos, que não buscam em nada, inovar..

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