Wednesday, June 13, 2007

Morte nas sociedades antigas

Estudo
Coulanges, Futel de; Cidade Antiga, A; Ed. Hemus

Os ritos fúnebres eram de essencial importância, fazendo parte das preocupações cotidianas de muitas sociedades antigas, pois deles dependiam o direito ao repouso eterno.
Ao morrer, era fundamental, ao falecido, ser bem sepultado segundo os ritos de sua tradição. Sua alma ficaria ali, junto ao corpo, sendo alimentada, eventualmente, por algum vivo que, seguindo o ritual, lhe deixasse comida, leite, vinho ou mel.
Já o desafortunado defunto deixado deteriorar-se, desgraçadamente, desritualizado estaria sujeito a tornar-se uma alma errante inapta a receber as oferendas e alimentos a ele destinados, bem como repousar em paz. Ficar-se-ia, então, perverso e, andando entre os homens, atormenta-los-ia, a fim de adverti-los de sua situação.
As sepulturas eram, por isso, bem como os ritos, não uma ostentação da dor, mas voltadas à felicidade do falecido.
Então, a preocupação do grego, vivo, morto ou, principalmente, prestes a morrer, com seu sepultamento – nisto inclui-se não apenas o confinamento físico, mas toda a ritualística – era algo real e importante, chegando a provocar revoltas dos parentes a negligência de fundamental direito; inclusive do próprio defunto, que, como pudemos constatar, faria sua manifestação, eventualmente, em sua perpétua peregrinação pós-morte.
Toda esta falácia pode ser confirmada, inclusive, nas grandes obras da literatura grega – Antígona, Ilíada, Odisséia.
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Estaria, então, nosso defunto autor, Brás Cubas, em seu livro chamando nossa atenção para sua peregrinação pessoal? Não.
:)

1 comment:

Anonymous said...

O mocinho André parece que prestou realmente atenção as aulas do João. rsrsrs gostei do estilo de escrever.^^